quarta-feira, 15 de abril de 2009

Metamorfose

Oi, leitor! Não sei se já contei pra vocês, mas tenho criado lagartas. Começou quando elas começaram a aparecer na planta que dá a minha flor favorita - a Alamanda - e a devastá-la. Tomada de ódio, a blogueira tomou um ramo seco de laranjeira na mão, desgrudou-as do caule e as exterminou sem dó nem piedade - mas com muito nojo. Acabaram-se as lagartas.
...Ou não! Elas voltaram, depois de quase um ano sem nenhuma mastigando as lustrosas folhas verdes da minha planta. Achei quatro, daquela vez. Então, comecei a pensar: poxa, que pena ficar matando tantos bichinhos a troco de nada. E se elas virarem borboletas? São feias agora, mas e depois? E só porque são feias merecem morrer? Se fossem borboletas comendo a minha planta, em vez de lagartas, eu as mataria (eu nunca conseguiria, pq elas voariam antes... mas vamos supor que eu conseguisse)? Foi aí que eu tive uma idéia. Um pequeno pote de plástico furado, e tudo certo. Lá estavam elas, comendo a flor que eu deixara lá dentro, entregue de bandeja. A minha intenção, a princípio, era apenas estudá-las, e ver no que elas se transformariam em algumas semanas. Mas, dois ou três dias depois de eu ter começado a criá-las, percebi que elas estavam imóveis. Estavam mortas, concluí. Sacudi o pote umas mil vezes, mas nem um movimento sequer.
Aí, eu percebi que eu comecei a sentir uma coisa que não tinha previsto: pesar. Eu fiquei chateada por elas terem morrido. Antes ficaria feliz, mas agora não. Comecei a sentir até uma certa culpa por não ter colocado elas num pote maior e mais arejado. Tudo bem, fazer o que, né?
No dia seguinte, elas estavam se mexendo. E com fome, pelo que eu pude ver quando botei folhas fresquinhas para elas. Fiz o que devia ter feito antes: peguei uma agulha grande, esquentei no fogão e fiz o máximo de furos que pude num pote de tamanho relativamente grande, para as lagartas. Até encaixei alguns ramos secos da própria Alamanda, para "recriar" o habitat natural delas (ou pelo menos deixar o lugar mais confortável). Logo chegaram mais lagartas, que coletei da planta de novo, mas não ponho mais nenhuma - agora, infelizmente, tenho que matar todas as que aparecem, justamente para não comprometer a qualidade de vida das 5 que já estão no pote.
Hoje, notei uma coisa. Que eu me apaixonei por aquelas larvas de lepidópteros (vulgo "borboletas" e "mariposas"). E que torço pra que todas consigam fazer seus casulos e depois ressurgir, com suas belas asas não-sei-de-que-cor. E que elas, quando chegam à fase adulta, além de ter uns 8 cm de comprimento, possuem desenhos muito elaborados e bonitos em linha branca por todo o corpo, contrastando com o fundo preto. E que, antes mesmo de elas passarem pela possível metamorfose, eu já posso ver sua beleza.