Faz pouco tempo, eu completei 16 anos de idade. E o que eu mais ouvi, depois dos parabéns, foi: "ah, dessa fase até os vinte passa rapidinho, ó!", enquanto eu respondia com um sorriso plástico. Olha que coisa, ouvir algo assim, logo agora que o fantasma do vestibular já me assombra, que todos os relógios e calendários parecem sempre tramar contra mim, justo agora que eu não tenho mais tempo pra fazer tudo o que eu quero - e, devo dizer, não é tanta coisa assim. São coisas simples como desenhar,
escrever no meu blog (notou a data do último post? pois é ¬¬), escrever uma poesia pra um concurso em homenagem a Vinícius de Moraes (ok, ok, nisso não me falta só tempo, me falta inspiração), continuar meu arranjo para 4 vozes de "Like You", do Evanescense... enfim, viver a minha vida. Mas, cada vez mais, parece que não dá. Essa semana, pelo menos, já passaram as minhas provas e eu estou conseguindo respirar, mas sei que isso não vai durar muito. Eu sei que - sempre dizem - se você organizar, vai ter tempo pra tudo. Que tudo tem seu tempo. E que algumas coisas são "perda" de tempo (perda de tempo? Como vou perder algo que não me pertence?). Mas vivemos nesse mundo capitalista em que tempo é dinheiro - e um dos dois quase sempre faz falta.
Outro dia, estávamos discutindo sobre a importância do ócio na aula de Filosofia. Hoje, "o trabalho enobrece o homem", mas na Antiguidade e na Idade Média, o trabalho era coisa para escravos e camponeses, algo estafante e repulsivo. Não, eu não quero dizer que sou a favor do ócio completo. Mas acho que é impossível não notar como a falta de tempo deixa as pessoas estressadas.
"Mas tenho muito tempo... temos todo o tempo do mundo"
Queria que essas palavras fossem verdade. Muito mesmo.