Hoje foi um dia tão legal que fiquei com vontade de escrever. Queria fazer algo mais literário pra te mostrar e te botar um sorriso no rosto, mas estou meio limitada, paciência. E ainda tenho aquele poema na cabeça, mas só é distinto o final (que, se eu publicar, perde a graça).
Hoje foi corrido, sim. Nos atropelamos com horários, um atraso aqui e mais outro ali. Mas, depois de tanto correr pra não te desapontar, de chegar e descobrir que você ainda ia se atrasar mais e de ter lido, na Saraiva, um livro sobre como as pessoas não estão se dando muito ao luxo de amar esses dias, você aparece lá com aquela camisa roxa, esse seu jeito polido e "Bríllico" e um pedido de desculpas desnecessário... bem, como eu poderia ficar irritada? A única coisa que realmente lamento é não ter te beijado mais vezes, ou te abraçado mais. É sempre bom, mas é sempre "em público", e aí entra a minha falta de naturalidade em causar esse tipo de cena. Ok, eu não acho que isso seja anormal da minha parte, e acho que você até sente o mesmo, né? Claro que achei besta aquela moça ter feito aquela cara quando você acariciou o meu rosto mas, enfim, coisas pequenas a gente descarta.
Hoje foi gostoso. Eu falei sério quando disse que você ia engordar comigo, porque eu não só como muito, como tenho um prazer enorme em comer (muito), e vou te levar nessa comigo. Quero comer com você mais vezes e ficar esperando você terminar bem devagar o seu prato, enquanto a gente troca piadas que só nós entendemos - ou com as quais só nós conseguimos rir - e você fala comigo em linguagem não-verbal porque tá com a boca cheia. Tipo o yakisoba e os Hot Philladelphia's que dividimos hoje, e a coca-cola que brindamos quando já estava quase no fim. E também é muito bom se você estiver sorrindo como estava hoje, meio bobo até, falando com a garçonete como se a conhecesse há tempos e me fazendo rir de tudo isso. Sorvete ou torta de sobremesa? É, acabamos comendo "sorvete de torta", você filosofou dizendo algo sobre o destino, e eu contrapus com algo sobre escolhas. Embora nossas crenças sejam bem diferentes, às vezes podemos chegar a acordos, certo?
Cortando o paralelismo/anáfora de começar parágrafos com "hoje...", quero que chegue logo o dia em que você vai ultrapassar as portas de vidro do térreo do meu prédio, pegar o elevador comigo e estar lá no apartamento 501, sem lojas e desconhecidos assustadores em volta pra nos distrair, ameaçar ou, como é mais frequente, constranger. Poderemos ver "A Origem", e você vai poder parar de falar desse filme o TEMPO TODO, hehehe. Ah, é claro, vou fazer o meu yakisoba especial à brasileira, com direito a manteiga e "tudo o que há de bom" (acho que o shoyu se encaixa na classificação de "elemento X"), e talvez ver você comendo rápido - o que seria muito cômico. Vamos nos beijar sem reservas e ficar como queremos. Não, não é uma realidade distante, fico feliz em dizê-lo. E eu vou poder olhar pros seu olhos "acesos e profundos", bem de perto, o quanto eu quiser - como já faço sempre.