A última prova foi, honrosamente e para minha sorte, de filosofia. Enquanto passava minhas respostas a limpo, minha caligrafia se embaralhava com as lágrimas que teimavam em sair. Meus pensamentos de saudade se misturavam com o existencialismo de Sartre. "todo homem tem a liberdade de escolher". Eu escolhi esse colégio e, graças a ele, hoje tenho muito mais bagagem para fazer escolhas cada vez melhores. Hesito antes de entregar a prova. Entregar aquele papel significa "nunca mais entregar outra prova no Colégio Pedro II", e isso me dói. Mas é algo que eu tenho que fazer; todos nós, alunos, temos.
Olho para os meus amigos, os que perdi e os que ganhei. Olho para as crianças doidas no pátio, para as quadras, para as árvores quase majestosas da paisagem do colégio. Olho para dentro da biblioteca, agora em obras, com pesar. Aqueles livros me fizeram boa companhia.
O sentimento de deixar para trás toda uma história, toda uma rotina que se repete há sete anos, é realmente complicado. Eu tenho saudade de tudo, quero filmar tudo e fotografar tudo para levar o que puder daqui comigo. Mas, ao mesmo tempo, sei que é hora de dar mais um passo à frente e apenas sorrir para o passado, que está em seu devido lugar. É contraditório. Bem, como diria Nietzsche, vida é contradição.
Nós levamos nas mãos
O futuro de uma grande e brilhante nação...
Fico feliz de partilhar desse futuro daqui em diante, e desejo o mesmo para todos os meus companheiros de formatura do Colégio Pedro II UESC III - vulgo "nossa eterna segunda casa".
Um comentário:
Muito Bom.
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