domingo, 8 de agosto de 2010

Sua ausência.

Hoje, uma poltrona vazia me fez companhia. Peguei em sua mão e olhei em seus olhos. Ela sorriu pra mim. Ela riu todas as vezes em que você riria e disse todas as coisas que você diria, ou pelo menos foi o que eu ouvi. Depois de me separar dela, os espaços vazios em minha volta só faziam se multiplicar. Por mais que eu piscasse os olhos e me convencesse de que estava vendo coisas, o vazio se materializava - em toda sua ausência de matéria - sentado em cadeiras perto de mim ou mesmo andando ao meu lado, e piscava pra mim, zombeteiro. Como pode um nada se estender e se espalhar por tantos lugares assim? Pois ele também se infiltrou no meu coração.
Mas eu sei o que é isso. Esse vazio tem um nome. Esses vazios, aliás, no plural, são todos os espaços que você ocupa quando está aqui. São todos os espaços que você deixa de preencher quando não está, e que, mesmo assim, insistem em me acompanhar.